A Urticária Crônica Espontânea (UCE) é uma condição de pele que se caracteriza pelo aparecimento diário ou quase diário de manchas vermelhas, inchadas e que coçam intensamente (chamadas de urticas ou vergões). Esses sintomas persistem por mais de 6 semanas e podem surgir em qualquer parte do corpo. A UCE afeta aproximadamente 1% da população mundial e tem um impacto significativo na qualidade de vida, podendo causar desconforto físico, emocional e social.
O que causa a UCE?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a UCE não é uma alergia. Ela não é desencadeada por fatores externos como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos, picadas de insetos ou outros alérgenos comuns. A UCE é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico da pessoa “se confunde” e começa a atacar as próprias células do corpo. Nesse caso, os anticorpos reconhecem erroneamente proteínas do organismo como se fossem invasoras, liberando substâncias como a histamina, que causam os sintomas típicos da urticária.
Impacto na qualidade de vida
A UCE pode ser extremamente incômoda e imprevisível. A coceira intensa e as lesões na pele podem interferir no sono, na concentração, no trabalho e até nas atividades sociais. Muitos pacientes relatam sentimentos de frustração, ansiedade e até depressão devido à falta de controle sobre os sintomas e ao desconhecimento da doença por parte de outras pessoas.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da UCE geralmente começa com o uso de anti-histamínicos em doses mais altas do que as utilizadas para alergias comuns. Esses medicamentos ajudam a bloquear a ação da histamina, reduzindo a coceira e as lesões na pele. No entanto, cerca de 25 a 30% dos pacientes não respondem adequadamente aos anti-histamínicos e precisam de tratamentos adicionais.
Uma das opções para esses casos é o omalizumabe, um medicamento biológico que age diretamente no sistema imunológico, reduzindo a atividade autoimune responsável pelos sintomas da UCE. Outros tratamentos, como imunossupressores, dupilumabe ou corticosteroides, podem ser considerados em situações específicas, sempre sob orientação médica.
Dicas para conviver com a UCE
- Evite fatores que possam piorar a coceira: Roupas apertadas, banhos quentes e estresse podem agravar os sintomas.
- Siga o tratamento corretamente: A adesão ao tratamento prescrito pelo médico é essencial para controlar a doença.
- Busque apoio emocional: Conversar com um psicólogo ou participar de grupos de apoio pode ajudar a lidar com os desafios emocionais da UCE.
É possível controlar a UCE?
Sim! Apesar de ser uma condição crônica, a UCE pode ser controlada com o tratamento adequado. Muitos pacientes conseguem uma melhora significativa dos sintomas e retomam sua qualidade de vida. O acompanhamento médico regular é fundamental para ajustar o tratamento conforme a evolução da doença.