ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO
O Que é Angioedema Hereditário?
O angioedema hereditário (AEH) é uma doença genética rara (1:50.000) que causa inchaços repentinos e recorrentes na pele, mucosas e tecidos subcutâneos. Esses inchaços podem ocorrer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, genitais, trato gastrointestinal e vias aéreas. Diferente de outros tipos de inchaço, o AEH não é causado por alergias e não responde a tratamentos com anti-histamínicos ou corticoides.
A forma mais comum de AEH está relacionada a uma deficiência ou mau funcionamento de uma proteína chamada inibidor de C1 esterase (C1-INH), que regula processos inflamatórios e de coagulação no organismo.
Quando essa proteína não funciona corretamente, ocorre um desequilíbrio que leva ao acúmulo de líquidos nos tecidos, resultando nos inchaços característicos. Esse tipo é conhecido como AEH tipo 1 (deficiência quantitativa de C1-INH) e AEH tipo 2 (deficiência funcional de C1-INH).
O AEH tipo 3 é mais comum em mulheres e pode ser influenciado por fatores hormonais, como gravidez ou uso de anticoncepcionais.

As crises de AEH podem ser desencadeadas por diversos fatores, que variam de pessoa para pessoa. Entre os desencadeantes mais comuns estão:
- Traumas físicos: como cirurgias, procedimentos dentários ou pequenos impactos na pele.
- Estresse emocional: situações de ansiedade ou tensão podem precipitar crises.
- Infecções: resfriados, gripes ou outras infecções virais e bacterianas.
- Fatores hormonais: variações hormonais, como menstruação, gravidez ou uso de anticoncepcionais.
- Medicamentos: alguns remédios, como anti-hipertensivos da classe dos inibidores da ECA, podem desencadear crises.
- Esforço físico intenso: atividades físicas extenuantes ou repetitivas.
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis e a função do C1-INH. No caso do AEH tipo 3, como os níveis de C1-INH são normais, o diagnóstico pode ser mais desafiador e requer avaliação clínica detalhada e testes genéticos. O tratamento inclui medicamentos para prevenção de crises (tratamento profilático) e tratamento para aliviar os sintomas agudos (tratamento de crises). Com o manejo adequado, os pacientes podem apresentar um controle importante da doença.
- O AEH é hereditário, transmitido de pais para filhos, mas também pode ocorrer por mutações espontâneas. Se houver histórico familiar da doença, é importante buscar aconselhamento genético.