Alergia Alimentar
O Aumento na Incidência das Alergias Alimentares
Nos últimos anos, observamos um aumento significativo na prevalência de alergias alimentares em todas as faixas etárias. Fatores como mudanças na dieta, processamento de alimentos, exposição ambiental e até mesmo alterações no microbioma intestinal têm sido associados a esse crescimento.
Diante desse cenário, é essencial que profissionais de saúde e pacientes estejam atentos aos sintomas e saibam que o diagnóstico correto requer investigação especializada.
Diante desse cenário, é essencial que profissionais de saúde e pacientes estejam atentos aos sintomas e saibam que o diagnóstico correto requer investigação especializada.
A Fundação Jeffrey Modell (JMF) é uma organização global dedicada à conscientização, diagnóstico e tratamento de Imunodeficiências Primárias (Erros Inatos da Imunidade).
Ela estabeleceu uma lista de 10 Sinais de Alerta para ajudar a identificar possíveis casos em crianças e adultos:
Alergias IgE e Não IgE Mediadas: Entendendo as Diferenças
As alergias alimentares podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acordo com o mecanismo imunológico envolvido:
1. Alergias IgE mediadas
- Reações rápidas, ocorrendo minutos a poucas horas após a ingestão do alimento.
- Sintomas típicos incluem urticária, angioedema, anafilaxia, sintomas gastrointestinais agudos (vômitos, diarreia) e respiratórios (chiado, edema de glote).
- Exames como testes cutâneos (prick test) e dosagem de IgE específica podem auxiliar no diagnóstico, mas não devem ser interpretados isoladamente, pois resultados positivos nem sempre indicam alergia clínica.
2. Alergias Não IgE mediadas
- Reações tardias, podendo levar horas ou dias para se manifestar.
- Sintomas incluem dermatite atópica, esofagite eosinofílica, enterocolite induzida por proteína alimentar e síndrome da enterocolite.
- O diagnóstico é mais complexo, pois testes de IgE específica não detectam essas reações, sendo necessária avaliação clínica detalhada e, em muitos casos, dieta de eliminação e teste de provocação oral.
A Importância da Investigação Especializada
Muitos pacientes são submetidos a testes de IgE específica sem critério, resultando em diagnósticos equivocados e restrições alimentares desnecessárias. É fundamental lembrar que:
- Resultados positivos em testes de IgE não significam alergia confirmada – muitos indivíduos têm sensibilização (anticorpos IgE elevados) sem apresentar sintomas clínicos.
- Dietas restritivas sem comprovação podem levar a deficiências nutricionais, especialmente em crianças.
- O teste de provocação oral, quando bem indicado e realizado sob supervisão médica, é o padrão-ouro para confirmar ou descartar alergia alimentar.

Conclusão: Abordagem Individualizada e Baseada em Evidências
O manejo das alergias alimentares exige uma avaliação cuidadosa, incluindo história clínica detalhada, exames complementares bem direcionados e, quando necessário, acompanhamento com alergista ou gastroenterologista especializado. Não devemos excluir alimentos da dieta com base apenas em testes de IgE específica, pois isso pode impactar negativamente a qualidade de vida e a saúde do paciente.
Se você ou seu filho apresentam sintomas sugestivos de alergia alimentar, procure um especialista para uma investigação adequada e personalizada