DESSENSIBILIZAÇÃO EM GESTANTES

DESSENSIBILIZAÇÃO EM GESTANTES COM SUSPEITA DE ALERGIA À ASPIRINA

Na suspeita de alergia a medicamentos, é fundamental buscar uma avaliação com o médico alergista por dois motivos principais:

A gravidez é um período que exige cuidados especiais, especialmente quando há condições médicas que podem colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. 
Uma dessas condições é a pré-eclâmpsia, um distúrbio hipertensivo que pode surgir durante a gestação e levar a complicações graves, como parto prematuro, restrição de crescimento fetal e, em casos extremos, risco de vida para a mãe e o bebê.

Em algumas gestantes, o uso de aspirina em baixas doses é recomendado como uma medida preventiva para reduzir o risco de pré-eclâmpsia, principalmente naquelas com histórico prévio da doença ou outros fatores de risco. 

No entanto, em gestantes com alergia a antiinflamatórios não esteroidais (AINES) o uso da aspirina pode desencadear reações, o que acaba limitando o uso dessa medicação. Nesses casos, a dessensibilização à aspirina pode ser uma opção segura e eficaz.

O que é Dessensibilização à Aspirina?

A dessensibilização é um processo médico controlado que visa “acostumar” o organismo a uma substância que, inicialmente, causa reações alérgicas. No caso da aspirina, o procedimento envolve a administração de doses muito pequenas do medicamento, que são gradualmente aumentadas ao longo de algumas horas ou dias, sob supervisão médica rigorosa. 

O objetivo é induzir uma tolerância temporária à aspirina, permitindo que a gestante possa usá-la sem riscos de reações alérgicas graves.

Por que a Dessensibilização é Importante?

Para gestantes com suspeita de alergia à aspirina, mas que precisam do medicamento para prevenir a pré-eclâmpsia, a dessensibilização pode ser uma alternativa segura. 

A aspirina em baixas doses tem um papel comprovado na redução do risco de pré-eclâmpsia, especialmente quando iniciada no primeiro ou segundo trimestre da gravidez. Portanto, a dessensibilização permite que essas pacientes se beneficiem do tratamento sem expor a mãe ou o bebê a riscos desnecessários.

Como o Procedimento é Realizado?

O processo de dessensibilização é realizado em ambiente hospitalar, com equipe médica especializada e recursos para lidar com possíveis reações adversas. 
O procedimento geralmente segue estas etapas:
  • Avaliação Inicial: O médico avaliará o histórico de alergia da paciente e a necessidade de testes.
  • Administração Gradual: A aspirina é administrada em doses crescentes, começando com quantidades mínimas e aumentando progressivamente.
  • Monitoramento Contínuo: A paciente é monitorada de perto para detectar qualquer sinal de reação alérgica, como urticária, dificuldade respiratória ou queda da pressão arterial.
  • Manutenção da Tolerância: Após a dessensibilização, a paciente deve continuar tomando a aspirina regularmente para manter a tolerância. A interrupção do tratamento pode levar à perda da dessensibilização.


Quais São os Riscos?

A dessensibilização é geralmente segura quando realizada por profissionais experientes, mas, como qualquer procedimento médico, pode apresentar riscos. Reações alérgicas durante o processo são possíveis, mas a equipe médica estará preparada para intervir rapidamente, caso necessário. 

Os benefícios da prevenção da pré-eclâmpsia geralmente superam os riscos associados ao procedimento.